Conheça os esportes das Paralimpíadas de Tóquio 2020

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A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 será realizada na próxima terça-feira, 24. No dia seguinte, os atletas de 131 países iniciarão a busca pelas medalhas em 23 modalidades.  Os jogos seguem até o dia 5 de setembro com a cerimonia de encerramento. 



Natação
Há algumas adaptações nas regras da Federação Internacional de Natação (Fina) para as disputas paralímpicas. Dependendo da deficiência, os atletas podem largar de dentro da água, sentados ou ao lado do bloco de partida. Também há casos em que recebem auxílio do técnico ou de um voluntário para a largada. Já entre os deficientes visuais, o tapper é a pessoa que usa um bastão, com ponta de espuma, para avisar o atleta sobre o momento da virada e da chegada. Nesse caso, os óculos dos atletas são opacos, para assegurar a igualdade de condições na prova.

Judô
A modalidade é disputada por atletas com deficiência visual divididos em categorias a partir do peso corporal de cada um. As lutas tem a duração de até cinco minutos, e ocorrem sob as mesmas regras utilizadas pela Federação Internacional de Judô, mas com pequenas modificações. A principal é que o atleta inicia a luta já em contato com o quimono do oponente. Além disso, o combate é interrompido quando os lutadores perdem esse contato.

Vôlei
Há semelhanças entre o vôlei sentado e o "convencional". Em ambos, a disputa se dá em uma melhor de cinco sets, vencendo o time que ganhar três deles, sempre com a diferença mínima de dois pontos para o adversário. Os quatro primeiros sets se encerram quando uma das equipes atinge 25 pontos. O último, chamado tie-break, vai até 15 pontos.

No vôlei sentado, os saques podem ser bloqueados e atacados na rede. Os atletas, contudo, devem permanecer sentados para executar as jogadas.

Atletismo
O atletismo paralímpico é praticado por atletas com deficiência física ou visual. Há provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos, tanto no feminino quanto no masculino. Os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência constatado pela classificação funcional.

Remo
Com provas em um percurso de 1.000 m, o remo adaptado recebe essa nomenclatura por ter alterações nos barcos para conferir segurança aos atletas com deficiências. Nas embarcações, podem competir uma, duas ou quatro pessoas, com diferentes tipos de limitação. A divisão por classes é feita de acordo com o membro utilizado pelo competidor para a propulsão.


Ciclismo
O ciclismo paralímpico divide-se entre ciclismo de pista, com provas de contrarrelógio, perseguição e velocidade, e ciclismo de estrada, com provas de contrarrelógio e resistência.

Canoagem
A canoagem velocidade adaptada pode ser disputada por atletas com qualquer tipo de deficiência físico-motora, em três classes funcionais: LTA, onde o atleta utiliza braços, tronco e pernas para auxiliar na remada; TA, na qual o atleta utiliza apenas o tronco e os braços; e A, em que o atleta só tem a possibilidade de utilizar o movimento dos braços. Assim como na disputa olímpica, o mais rápido de cada bateria vence. Os caiaques utilizados tem suas adaptações de acordo com as habilidades funcionais de seus tripulantes.

Futebol de 5
O futebol de 5 tem regras diferentes das do futebol convencional. A modalidade é disputada por pessoas com deficiência visual (exceto os goleiros), em partidas de dois tempos de 25 minutos, com intervalo de 10, nas quais não há cobranças de lateral ou escanteios. Os atletas usam vendas para que não haja vantagem dos que enxergam parcialmente em relação àqueles que nada veem.

As bolas possuem guizos que fazem um barulho para orientar os atletas em campo. Além disso, atrás de cada gol fica um membro da comissão técnica, atuando como guia ou chamador. A função dele é orientar os atletas de sua equipe.

Futebol de 7
É praticado por homens com paralisia cerebral, decorrente de sequelas de traumatismo crânio-encefácilo ou AVCs. As regras da Fifa sofrem adaptações básicas e o campo tem até 75m x 55m, além de traves menores. Seis jogadores na linha e um no gol. Cada partida tem dois tempos de 30 minutos.  

Goalball
O goalball tem a peculiaridade de apenas aceitar atletas paraolímpicos e com deficiência visual. A quadra tem dimensões idênticas à de vôlei e é jogada por trios com bolas que têm guizos internos – logo, se exige silêncio da torcida. Partidas têm dois tempos com 10 minutos. A Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais cuida do esporte. 




Triatlo
No triatlo paralímpico, homens e mulheres triatletas devem completar 750 metros de natação, 20 quilômetros (km) de ciclismo e 5 km de corrida. São seis classes diferentes, que levam em conta a deficiência e mobilidade do atleta. Cinco das classes são para atletas com deficiências físico-motoras e paralisia cerebral e uma para deficientes visuais (parcial ou total).

O triatlo paralímpico tem algumas adaptações em relação à modalidade convencional. Cadeirantes ou paraplégicos podem usar a handycle, uma bicicleta em que os pedais são impulsionados com as mãos, e guias participam da classe destinada aos triatletas cegos.

Halterofilismo
Os competidores possuem deficiência nos membros inferiores (com amputação e/ou com lesão medular), paralisia cerebral e/ou medula espinhal. Não existe divisão por classe como nas demais modalidades, e os competidores são separados apenas por categorias de peso corporal, da mesma forma que ocorre no esporte convencional. Nos Jogos Paralímpicos, serão disputadas dez categorias masculinas e dez femininas.

Hipismo
No hipismo, a relação mútua de confiança entre o atleta e o cavalo é fundamental. Na Paralimpíada de Tóquio 2020, o adestramento paraequestre será a única disciplina no programa do hipismo, com provas nas categorias prática individual, estilo livre individual e por equipes.

Esgrima em CR
Os atletas competem em categorias, conforme o comprometimento físico. Na categoria A estão atletas com mobilidade no tronco, amputados ou com limitações de movimento. Já aqueles com menos equilíbrio e reduzida mobilidade no tronco disputam na categoria B. Por fim, na categoria C, estão os tetraplégicos, com dificuldades nos movimentos do tronco, mãos e braços.

Assim como na esgrima convencional, na modalidade adaptada as provas são com espada, sabre e florete, e o objetivo é o mesmo: vence que faz mais pontos a cada toque da ponta da arma no tronco do adversário. 

Tênis em CR
As regras da modalidade não diferem muito das seguidas no tênis tradicional, a não ser pelos dois quiques da bola em quadra, antes que o tenista a mande para o lado adversário. Nada impede, no entanto, que os atletas possam devolver a bola após um quique apenas do seu lado da quadra. A contagem de pontos é igual: ganha quem fechar dois sets primeiro.

Tênis de mesa
Na Paralimpíada o tênis de mesa tem a participação de atletas do sexo masculino e feminino com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes. As competições são divididas entre mesatenistas andantes e cadeirantes, com jogos individuais, em duplas ou por equipes.

As partidas são disputadas em uma melhor de cinco sets, com cada um sendo disputado até um jogador atingir 11 pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem.


Basquete em CR
As regras são definidas pela Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas e as cadeiras são adaptadas e padronizadas. As dimensões da quadra e a altura da cesta são idênticas ao basquete olímpico e a principal mudança na regra original é a possibilidade de dar dois movimentos na roda da cadeira antes de quicar, passar ou arremessar a bola. 

Bocha
O objetivo da bocha é lançar bolas coloridas (vermelhas ou azuis) em direção a uma branca, idêntica em tamanho e peso (280 gramas), de nome jack, em uma quadra de 12,5 metros de comprimento por seis metros de largura. O atleta que deixar a esfera mais próxima da branca ao final da rodada soma um ponto, aumentando a pontuação a cada outra bola que estiver mais perto da jack que as do adversário.

As disputas individuais e em pares têm quatro rodadas. Na competição por equipes, são seis. Cada lado (atleta, par ou equipe) lança seis bolas por rodada. Vence quem faz mais pontos ao longo da partida.

Tiro esportivo
O tiro esportivo paralímpico é bastante semelhante ao convencional. A principal diferença é a divisão em duas classes: SH1 (atiradores de pistola e de carabina que não requerem suporte para a arma) e SH2 (atiradores de carabina que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com os braços e precisam de suporte para atirar). A classificação dos atletas leva em conta o equilíbrio, a mobilidade dos membros, a força muscular e o grau de funcionalidade do tronco. Atiradores com diferentes tipos de deficiências podem competir nas mesmas provas.

Tiro com arco
Com regras praticamente idênticas às da Federação Internacional de Tiro com Arco, a modalidade paralímpica tem seu próprio comitê administrador no Comitê Paralímpico Internacional. É permitida a participação a tetraplégicos, paraplégicos e pessoas com limitações de movimento nos membros inferiores. Estes podem escolher entre competir em pé ou sentados em bancos.

Rugby CR
O rugby em cadeira de rodas é disputado por equipes mistas de atletas com perda de função nos membros. Assim como no rúgbi convencional, a modalidade para cadeirantes tem muito contato físico. São quatro atletas em cada equipe, que contam ainda com 8 reservas cada. Os jogos ocorrem em quadras de 15m de largura por 28m de comprimento e têm 4 períodos de 8 minutos. O objetivo é passar da linha do gol com as duas rodas da cadeira e a bola nas mãos.

O curioso do rúgbi em cadeira de rodas é que ele não é dividido por gênero. Homens e mulheres jogam juntos em uma categoria mista.

Parabadminton
No parabadminton, os atletas utilizam uma raquete para golpear uma peteca na quadra dos adversários. As partidas são disputadas em uma melhor de três sets, com pontuação mínima de 21. Para vencer a parcial é necessária uma vantagem de, no mínimo, dois pontos até chegar à pontuação máxima de 30.

Parataekwondo
No parataekwondo, um atleta veste um colete azul e o outro um vermelho. A roupa possui sensores que medem a potência do chute assim que ela entra em contato com a meia do oponente. Os duelos têm três rounds de dois minutos, com um minuto de intervalo. O vencedor é aquele atleta que tiver mais pontos ao término do último round. Em caso de empate, outro round é disputado e o lutador que obtiver os dois primeiros pontos é considerado vencedor. Existe ainda uma possibilidade de a luta ser encerrada antes do terceiro round, o que ocorre se um dos atletas abrir uma vantagem de 20 pontos sobre o oponente.

O parabadminton e o parataekwondo  entram no programa do megaevento esportivo em 2021.

Informações: EBC